segunda-feira, 24 de novembro de 2008


5º Encontro dos Escritores e Atistas Indígenas 2008
O terceiro e último dia do 10º Seminário FNLIJ de Literatura Infantil e Juvenil foi inteiramente dedicado à cultura indígena. As atividades tiveram início com uma rápida cerimônia de abertura, conduzida por um pajé. A secretária Geral da FNLIJ Elizabeth Serra falou sobre o compromisso da instituição em promover a literatura infantil indígena. Em seguida, Daniel Munduruku agradeceu ao Instituto C&A, ao EMBRAPA e à FNLIJ a oportunidade de, mais uma vez, poder divulgar o trabalho dos escritores indígenas.



Com o tema "Em um mundo habitado por espíritos”, a primeira mesa de debates foi aberta por Aílton Krenak e teve participação de Álvaro Tucano, Ely Macuxi, Armando Jabuti, Eliane Potiguara e Maurício Krenak. Cada um falou um pouco sobre a história de seus povos, de como a cultura indígena em geral respeita o culto aos espíritos dos antepassados e da natureza e de como as tradições antigas são valorizadas. Os participantes da mesa fizeram um alerta sobre as condições atuais do planeta Terra e das relações humanas, apontando os costumes da população indígena como uma forma de solução para melhorar a situação contemporânea.



Composta só por mulheres, a segunda mesa de debates, “Em um mundo formado por palavras e Deusas”, foi coordenada por Eliane Potiguara. Participaram Rose Waikhon, Graça Graúna, Marina Terena e Aurilene Tabajara. O principal tema discutido foi a importância das deusas entre os índios. As participantes explicaram para o público que todos os ensinamentos, como o respeito pela natureza, ao próximo, pelos animais e por outros povos, vêm das deusas antepassadas e que a mulher exerce um papel determinante nessas sociedades. A elas é atribuído o poder de dar a vida, o que os índios consideram o dom maior que pode existir.



À tarde, Cleomar Umutina, Xorã Carajá, Elias Maraguá, Wasiry Guará, Marcio Bororo e o mediador Cristino Wapichana formaram a terceira mesa de debates “Em um mundo repleto de sons e imagens”, que tratou do papel das imagens e dos sons nas sociedade indígena. O público pôde conhecer melhor a arte desses povos. Os participantes comentaram sobre a situação da literatura indígena no mercado editorial brasileiro e sobre a dificuldade em competir com os outros gêneros literários em voga na sociedade brasileira.



Para encerrar o 10º Seminário FNLIJ de Literatura Infantil e Juvenil, a quarta mesa de debates “A palavra virou letra” teve participações de Daniel Munduruku, Cássio Potiguara, Olívia Jekupé e Getúlio Wapichana. O tema das palestras foi o início da relação dos índios com a literatura. Os participantes contaram como, aos poucos, construíram essa relação com o livro e a disseminou entre os membros das tribos.



Atualemente, grande parte das crianças indígenas é alfabetizada. A intenção da FNLIJ e de cada representante das tribos presentes no seminário, que foi também o 5º Encontro de Autores Indígenas, é que em poucos anos o número de índios com acesso à educação se aproxime a cem por cento.

DISPONÍVEL EM: http://complexodomarico.blogspot.com/2008_06_01_archive.html
ACESSO EM: 24/11/2008

Um comentário:

Hanny disse...

Vídeo do Encontro: http://www.youtube.com/watch?v=OCK6hqZgD0k