domingo, 4 de fevereiro de 2007

Quem é Ailton Krenak

Ailton Krenak nasceu no Vale do rio Doce, Minas Gerais, em 1954. Os Krenak registravam uma população de cinco mil pessoas no início do século XX, número que se reduziu a 600 na década de 1920 e a 130 indivíduos em 1989. Na época, Ailton pressagiou: "se continuar nesse passo, nós vamos entrar no ano 2000 com umas três pessoas". Felizmente isso não aconteceu. Contando com esforços também do próprio Ailton, os Krenak fecharam o século com 150 pessoas. Com 17 anos Ailton migrou com seus parentes para o estado do Paraná. Alfabetizou-se aos 18 anos, tornando-se a seguir produtor gráfico e jornalista.

Na década de 1980 passou a se dedicar exclusivamente à articulação do moviemnto indígena. Em 1987, no contexto das discussões da Assembléia Constituinte, Ailton Krenak foi autor de um gesto marcante, logo captado pela imprensa e que comoveu a opinião pública: pintou o rosto de preto com pasta de jenipapo enquanto discursava no plenário do Congresso Nacional, em sinal de luto pelo retrocesso na tramitação dos direitos indígenas.

Em 1988 participou da fundação da União das Nações Indígenas (UNI), fórum intertribal interessado em estabelecer uma representação do movimento indígena em nível nacional, participando em 1989 do movimento Aliança dos Povos da Floresta, que reúnia povos indígenas e seringueiros em torno da proposta da criação das reservas extrativistas, visando a proteção da floresta e da população nativa que nela vive.

Nos últimos anos, Ailton se recolheu de volta à Minas Gerais e mais perto do seu povo.

Atualmente, está no Núcleo de Cultura Indígena, ONG que realiza desde 1998 o Festival de Dança e Cultura Indígena, idealizado e mantido por Ailton Krenak, na Serra do Cipó (MG), evento que visa promover o intercâmbio entre as diferentes etnias indígenas e delas com os não-índios.

Um comentário:

chico disse...

Bom dia.

Quero apenas enfatizar que nós brancos, descendentes de europeus, temos uma grande dívida com os verdadeiros donos das terras das Américas do Sul e do Norte. Grandes brutalidades se deram contra esses bons e bravos povos nativos. Mataram suas culturas, tomaram suas terras, destruiram seus ambientes, aniquilaram seus espíritos, extinguiram muitos de seus idiomas, impuseram-lhes deuses extranhos, inocularam-lhes doenças e desgraças. Eu como descendente de europeu e árabe me sinto envergonhado por tudo isso e muito mais. Será que poderá haver reparação? Espero que sim. Desejo que sua luta em defesa dos nobres povos indígenas não seja em vão. Boa sorte e sucesso.

Francisco de F. Sáber