quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
Taru Andé - Programaçao de fevereiro
Sexta, 16/02/2007
20:30 - Ashaninka - Os filhos de Pauwa
Sexta, 23/02/2007
20:30 - Pataxó - O Povo das Águas
Domingo, 25/02/2007
22:00 - Suruí - O povo Tembetá
Curiosidade:
Um krenak na Rússia
Apresentador da série de documentários Taru Andé, Aílton Krenak conta que seu povo herdou este nome do capitão Krenak, que defendeu a sobrevivência do clã até a virada do século XIX para o XX, em sangrentas batalhas com o homem branco. Os Krenak são na verdade índios da família Aymoré, que se espalhava por toda a região Sudeste.
Mais do que um líder de seu povo, Aílton há tempos se destaca na defesa das culturas indígenas de todo o país. Já na Constituinte de 1988, foi importante articulador para a inclusão dos direitos especiais dos índios, até então praticamente ausentes da legislação. Mas dificilmente imaginou que sua idéia de unir os povos indígenas no Taru Andé fosse levá-lo tão longe quanto à Rússia.
Pois é lá que estão guardados, há um século, registros inéditos dos Krenak feitos em uma expedição científica. O documentário dedicado à sua etnia acompanha Aílton até São Petersburgo, onde ele conheceu pessoalmente os manuscritos, fotografias, ilustrações (à direita), objetos, partituras e até restos mortais de seus antepassados. “Tudo isso dá sentido para nossa identidade e reforça a auto-estima de meu povo. Chegamos ao século XXI com nossa história consolidada, depois de quase desaparecer no século XX”, conta, orgulhoso.
A fé de quem tem razão
O problema é que, para sobreviver, os Krenak não dependem apenas da manutenção de sua cultura e seu território. Enquanto para eles o Watú (Rio Doce) é sagrada fonte de vida, do lado de fora da reserva indígena a saúde das águas é cada vez mais frágil. Aílton reconhece que o Rio Doce vem sofrendo com o acúmulo de metais pesados, até mesmo mercúrio, lançados pela indústria siderúrgica e de mineração.
Mas este é assunto delicado quando se trata de defender as crenças de seu povo. “Os danos ambientais não mudam a compreensão de que o rio é sagrado”, explica. Ele diz que os índios mais velhos já lhe perguntaram se o homem branco “tem poder para contaminar o Watú”. Apesar de já conhecer bem a cultura dos brancos e sua capacidade de destruição, sua resposta é um reforço à visão indígena da força da natureza: “De jeito nenhum. O Watú acaba com eles todos!”.
A fé no poder dos elementos naturais também alivia um bocado as almas aflitas com o aquecimento global. Aílton lembra que diversas culturas indígenas, como a dos Guarani e a dos Yanomami, acreditam que já estamos na terceira versão deste Planeta. Devastada por civilizações anteriores, a Terra sempre se regenera.
Tomara que estejam certos. Mas, por via das dúvidas, convém aprender com sua sabedoria (exata até para quem segue a razão científica): o rio é sagrado.
FONTE: Site do Canal Futura
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