domingo, 15 de abril de 2007

Danielle Miterrand participa de ritual indígena pelo Dia Mundial da Água

22/03/2007

Pajelança abriu último dia de evento ambiental no Jardim Botânico.
Entidade francesa financiou programa de ONG brasileira.
Alba Valéria Mendonça Do G1, no Rio

As celebrações pelo Dia Mundial da Água começaram cedo, nesta quinta-feira (22), no Rio de Janeiro. Na Fundação Jardim Botânico, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, a ex-primeira dama da França, Danielle Miterrand, presidente da Fundação France-Libertés participou de um ritual indígena, numa pequena cachoeira.



Os pajés Ailton Krenak, de Minas Gerais, Benki Ashaninka e Leopardo Bane, ambos do Acre, cantaram e fizeram um ritual diante de uma pequena cachoeira do parque.

A pajelança abriu o segundo e último dia de debates do Encontro Águas de Março, no Espaço Tom Jobim, no parque. No encontro, autoridades e ambientalistas discutiram estratégias sobre manuseio e preservação da água. No evento, Danielle Miterrand lançou o movimento Porteurs D´Eau (Mensageiros da Água), que desde novembro do ano passado vem realizando um trabalho de conscientização na França e no Canadá sobre o melhor aproveitamento dos recursos hídricos.

No Brasil, o movimento financiou o programa de preservação do meio ambiente da Fundação Gol de Letra, dos ex-jogadores de futebol Raí e Leonardo. Foi produzido um vídeo com as crianças assistidas pelo projeto, que mostra a degradação da Praia do Caju, na Zona Portuária do Rio. O local era o balneário preferido de D. João VI.

O pajé Krenak lembrou que para a maioria das culturas indígenas, a água é considerada um espírito, que concede vida a todos os seres que a rodeiam. Ele lamentou que as antigas gerações não tenham atentado para a importância da preservação dos recursos hídricos do planeta. Já Benki, entoou um cântico de sua tribo que fala de pássaros que se banham em rios espalhando alegria por onde voam.

Danielle Miterrand disse que o principal objetivo do movimento é contextualizar internacionalmente a preocupação com os recursos hídricos. Ela acredita que o Rio tem grande potencial para se transformar num centro de reflexão sobre a preservação do meio ambiente.



A presidente da France-Libertés pretende fazer do Encontro Águas de Março, um evento anual. Ela também acha importante que questões como água e mudança climática sejam discutidas foram do contexto técnico para poder mobilizar os cidadãos.

Um comentário:

Deborah disse...

Interessante que na maioria das culturas a água transcende seu valor físico, adquirindo um valor simbólico também.O índio está mais adiantado quanto a questão da preservação ambiental. Talvez porque preservar seja um fator intrínseco à sua forma de ver o mundo.